quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A Alma do Leão

   Nova época se avizinha, novas esperanças e expectativas, acrescidas ou diluídas conforme a visão de cada Leão com alma de Sportinguista. Enquanto não começa, e permanecem todas as incertezas ou as certezas por confirmar, joga-se a pré-época e no entanto, como é natural, as vitórias trazem alegrias e as derrotas tristezas. Ou vice-versa. Cada um vê as coisas à sua maneira. Tenho pois o direito e o dever de falar do que vejo e do que sinto e do que penso à minha.

   Direcção incansável (consta que anteriores presidentes não tinham problemas de sono, não sofriam de insónias nem dormiam poucas horas, mesmo com o Clube a que presidiam, a maior das suas responsabilidades enquanto Presidentes do Sporting Clube de Portugal), num ver-se-te-avias para resolver uma série de imbróglios que recebeu quando ganhou as eleições. Ele é pagamentos a prescrever que têm de ser pagos ou então o Clube fica a arder, ele é contratos de jogadores que estão comprometidos, ora porque jogam e produzem pouco mas ganham demais e por muito tempo, ou então porque prometem mas têm percentagens grandes dos passes nas mãos de segundos e terceiros e estão reféns de empresários sem contratos renovados nem garantias para o Sporting, ele é um PER na gaveta prestes a ficar em cima da mesa, ele é renegociação com a banca, os parceiros, credores e investidores, ele é um plantel e uma nova filosofia que têm de ser construídos, ele é questões de logística e infra-estruturas que têm de ser resolvidas, modalidades realocadas, sócios e adeptos reconquistados e recuperados, enfim, uma luta titânica para recuperar de um longo período de declínio e decrepitude de valores, da identidade e da capacidade do SCP.

   Mas não chega trabalhar muito, muitos exigem a perfeição. Esperam de Bruno de Carvalho um Messias, mas esquecem-se que quem fazia promessas enquanto auto-proclamados "salvadores" do Sporting eram precisamente os que em poucos anos conseguiram amplificar o rombo e o estrondo de uma nau que afundava a olhos vistos, enquanto muitos desses que agora exigem a perfeição gabavam "o melhor plantel dos últimos largos anos que se estava a construir", os craques que vinham do Brasil e custavam para cima de 8,5 milhões de euros, sem qualquer justificação, os avançados que não vinham nem eram precisos, os modelos de jogo que até agora não trouxeram qualquer título oficial ao Clube nas últimas épocas (ainda hão-de vir alguns gabar a Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa enquanto tal).

   Alguns nem sequer percebem quem apoia o Clube, mesmo quando as coisas não correm bem ao treinador, aos jogadores, à direcção. Não sabem bem o que criticar, ou então fixam-se nos seus ódios de estimação, ou naqueles que não lhes agradam, mas uma coisa têm de fazer: criticar. E estão no seu direito. Assim como há o direito de serem criticados por isso. Alguns há que criticam uma coisa, e tempos depois o seu contrário, sem qualquer acto de constrição e de contrição. A vaidade leva-os até a mandar calar os outros, ou a silenciá-los, mal se apercebendo da triste figura que fazem quando as coisas não correm bem. Não se apercebem que a vida é mesmo assim, mesmo com muito esforço, trabalho, vontade, dedicação, sacrifício, as coisas podem não correr bem. É na vida e no futebol. A diferença aí vê-se em quem sabe o que quer, e não desiste à primeira contrariedade, nem à segunda, nem à enésima. E não estou a falar de quem tem como objectivos cavar o buraco, espoliar o Clube, afundá-lo ainda mais. Estou a falar de quem o tenta reerguer, e aí acredito que somos nós todos.

   Os verdadeiros Sportinguistas. A Alma do Leão.

   2013.08.08
   00H22 

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