terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vontade de Vencer

   A deslocação a Coimbra antevia-se como um teste razoável a um Leão que goleara na 1.º jornada o recém-promovido Arouca. E eis que novamente a equipa, depois de um início repartido, adiantou-se no marcador e conseguiu dois golos com que saiu para o intervalo, desta vez sem sofrer nenhum. Wilson Eduardo voltou a fazer das suas, e por pouco, depois de assistir para o 1 a 0, onde Carrillo apareceu à boca da baliza para fulminar as redes, não conseguiu marcar um golo daqueles de antologia, a encher o pé sem deixar a bola cair no chão, de primeira, acertando no poste. Mas o 2 a 0 apareceu, desta vez Rojo quis também deixar a sua marca, e conseguiu, após um canto que gerou um lance confuso na área, onde a bola ressaltou e ficou à sua mercê, disparando um remate rasteiro à meia-volta que o guarda redes não conseguiu deter apesar de desviar. E assim o Sporting voltou a sair para o intervalo a ganhar.

   Na 2.ª parte, rapidamente o jogo ficou definido com os dois penaltis sucessivos cometidos pela defesa academista, que não conseguia impedir as incursões dos jogadores do Sporting dentro da área e os lances de perigo que começou a criar. Primeiro Adrien, depois Montero deixaram também o seu nome inscrito na lista dos marcadores. Foi então um jogo diferente, em que o resultado não mais se alterou, apesar de algumas hipóteses da Académica, duas flagrantes, com a bola a sair por cima depois de um jogador aparecer muito perto da linha de golo, falhando o alvo, e com o remate executado de cabeça ao poste da baliza de Rui Patrício, o mesmo que impediu o golo de Wilson no 1.º tempo, desta vez no ângulo. O Sporting geriu a vantagem, e teve possibilidades para ampliá-la, permanecendo o 0-4 até ao fim.

   A equipa está unida e transmite bem em campo as ideias do treinador, hábil e esclarecido. É bom ver todo aquele staff unido, do presidente ao roupeiro e apanha-bolas. É gente capaz, de coragem, trabalhadores incansáveis e merecem todo o nosso apoio e alento. Líderes do campeonato à 2.ª jornada e com todo o mérito!

   Também no Futsal e no Andebol houve vitórias, estas permitiram a conquista de troféus, Taça de Honra da AF Lisboa e Supertaça de Portugal, respectivamente, conquistadas aos outros clubes ditos "grandes". Vitórias suadas, sofridas, mas imensamente merecidas por duas secções que, cada uma com o seu percurso e o seu nível competitivo, têm feito por conseguir estar à altura dos pergaminhos do Sporting, disputando e vencendo troféus cada vez com maior regularidade. Mas os desafios que se aproximam não permitem acomodamentos, e há que persistir neste espírito de conquista e manter esta vontade inigualável de vencer.

   Com todos unidos, e legitimamente, em redor de um Clube que é Nosso outra vez!

   2013.08.27
   01H20

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Entrada de Leão

   Pontapé de saída no campeonato português, e numa tarde ensolarada em Alvalade, após um início algo amorfo, titubeante e o golo inaugural do adversário, o modesto Arouca acabado de subir à primeira divisão, o Sporting conseguiu dar a volta aos acontecimentos com toda a naturalidade do mundo.

   Ao golo de Maurício, seguiu-se o inevitável e previsível golo de Montero (só mesmo para alguns pseudo-entendidos em futebol que ganham a vida a... "enganar-se" em directo à conta do erário público é que não seria tão previsível). O primeiro, do empate, apontado de cabeça, após pontapé de canto, mais forte o central brasileiro que tudo e todos, a elevar-se, a ganhar o lance e a cabecear na perfeição para o fundo das redes. O segundo, da reviravolta consumada antes do intervalo, uma magnífica abertura para Wilson Eduardo (que bom é vê-lo a jogar em Alvalade com a camisola certa), que da direita do ataque centrou facilmente para um Montero, a marcar de coxa perante o guarda-redes, num bom gesto técnico de quem joga futebol com o "corpo todo" (descontando os membros superiores, é claro).

   Ao intervalo era assim uma vantagem natural para a equipa da casa, tão natural quanto a sua sede de melhorar, mas que voltou nos primeiros minutos da 2.ª parte a jogar em ritmo baixo, sem dinâmica elevada nem muita acutilância. Ainda assim foi com mérito que alcançou o 3.º golo, através de um cruzamento largo de Carrillo para o outro lado, onde Wilson Eduardo fez golo com um cabeceamento picado. Com a entrada de Capel, surgiram os golos do hat-trick de Montero, sempre com o espanhol a furar na esquerda e a cruzar milimetricamente para o avançado colombiano. Primeiro, marcou de cabeça, colocando a bola de primeira fora do alcance do guarda-redes. Depois, usou o peito para amortecer a bola, voltou a usar a coxa para fazê-la passar por cima do central, tirando-o do lance, e rematou à meia-volta de pé esquerdo, para defesa incompleta do guarda-redes adversário.

   Estava feito o 5 a 1, não houve poker de Montero mas os três golos que marcou pareciam escritos de antemão à medida que o jogo se decidia. Leonardo Jardim mexeu bem na equipa, pode-se discutir uma ou outra opção mas quando se tem um treinador de qualidade e ainda por cima com a qualidade de ser Sportinguista, ao contrário dos teóricos que tal não joga a favor do Clube, qualquer um de nós pode estar mais descansado. Porque sem dúvida é o melhor que poderíamos ter nesta fase, alguém competente e que ainda por cima sente a camisola e portanto defende realmente os interesses do Sporting, enquanto profissional e enquanto pessoa.

   Assim se construiu o resultado da primeira jornada mais dilatado, o Sporting começa na frente do campeonato e tudo fica em aberto para o que há-de vir. Com a certeza que não há campeões antecipados, por muito que alguns queiram encomendar faixas e gostem de cantar de galo.

   Mais importante que isso, é saber que finalmente o Leão está em boas mãos (e pés). Todos competentes, todos Sportinguistas. O Sporting é nosso outra vez!

   2013.08.19
   16H54

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A Alma do Leão

   Nova época se avizinha, novas esperanças e expectativas, acrescidas ou diluídas conforme a visão de cada Leão com alma de Sportinguista. Enquanto não começa, e permanecem todas as incertezas ou as certezas por confirmar, joga-se a pré-época e no entanto, como é natural, as vitórias trazem alegrias e as derrotas tristezas. Ou vice-versa. Cada um vê as coisas à sua maneira. Tenho pois o direito e o dever de falar do que vejo e do que sinto e do que penso à minha.

   Direcção incansável (consta que anteriores presidentes não tinham problemas de sono, não sofriam de insónias nem dormiam poucas horas, mesmo com o Clube a que presidiam, a maior das suas responsabilidades enquanto Presidentes do Sporting Clube de Portugal), num ver-se-te-avias para resolver uma série de imbróglios que recebeu quando ganhou as eleições. Ele é pagamentos a prescrever que têm de ser pagos ou então o Clube fica a arder, ele é contratos de jogadores que estão comprometidos, ora porque jogam e produzem pouco mas ganham demais e por muito tempo, ou então porque prometem mas têm percentagens grandes dos passes nas mãos de segundos e terceiros e estão reféns de empresários sem contratos renovados nem garantias para o Sporting, ele é um PER na gaveta prestes a ficar em cima da mesa, ele é renegociação com a banca, os parceiros, credores e investidores, ele é um plantel e uma nova filosofia que têm de ser construídos, ele é questões de logística e infra-estruturas que têm de ser resolvidas, modalidades realocadas, sócios e adeptos reconquistados e recuperados, enfim, uma luta titânica para recuperar de um longo período de declínio e decrepitude de valores, da identidade e da capacidade do SCP.

   Mas não chega trabalhar muito, muitos exigem a perfeição. Esperam de Bruno de Carvalho um Messias, mas esquecem-se que quem fazia promessas enquanto auto-proclamados "salvadores" do Sporting eram precisamente os que em poucos anos conseguiram amplificar o rombo e o estrondo de uma nau que afundava a olhos vistos, enquanto muitos desses que agora exigem a perfeição gabavam "o melhor plantel dos últimos largos anos que se estava a construir", os craques que vinham do Brasil e custavam para cima de 8,5 milhões de euros, sem qualquer justificação, os avançados que não vinham nem eram precisos, os modelos de jogo que até agora não trouxeram qualquer título oficial ao Clube nas últimas épocas (ainda hão-de vir alguns gabar a Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa enquanto tal).

   Alguns nem sequer percebem quem apoia o Clube, mesmo quando as coisas não correm bem ao treinador, aos jogadores, à direcção. Não sabem bem o que criticar, ou então fixam-se nos seus ódios de estimação, ou naqueles que não lhes agradam, mas uma coisa têm de fazer: criticar. E estão no seu direito. Assim como há o direito de serem criticados por isso. Alguns há que criticam uma coisa, e tempos depois o seu contrário, sem qualquer acto de constrição e de contrição. A vaidade leva-os até a mandar calar os outros, ou a silenciá-los, mal se apercebendo da triste figura que fazem quando as coisas não correm bem. Não se apercebem que a vida é mesmo assim, mesmo com muito esforço, trabalho, vontade, dedicação, sacrifício, as coisas podem não correr bem. É na vida e no futebol. A diferença aí vê-se em quem sabe o que quer, e não desiste à primeira contrariedade, nem à segunda, nem à enésima. E não estou a falar de quem tem como objectivos cavar o buraco, espoliar o Clube, afundá-lo ainda mais. Estou a falar de quem o tenta reerguer, e aí acredito que somos nós todos.

   Os verdadeiros Sportinguistas. A Alma do Leão.

   2013.08.08
   00H22